quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

EU E MEU CHEFE: UMA RELAÇÃO DELICADA



Achar a medida certa para manter o equilíbrio de qualquer relação é um desafio, mas quando o assunto se estende para o âmbito profissional e os protagonistas são chefe e subordinado a questão torna-se ainda mais delicada. Nessa esfera qualquer deslize pode significar o fim de carreira para uma das partes e algumas vezes, dependendo do desmedido, até mesmo as duas podem sofrer as consequências.
Segundo pesquisa realizada pela Trabalhando.com Brasil, com 325 profissionais, a maioria dos entrevistados (52%) acredita que a amizade com o chefe é algo positivo para a carreira, e que pode harmonizar o ambiente profissional. Mas os outros 48% acreditam que essa relação atrapalha a carreira, pois (O Globo- Boa Chance – 25.07.2012).
O local de trabalho é onde os profissionais passam grande parte do dia, promovendo uma maior interação e até mesmo intimidade entre as pessoas, portanto é essencial que cada um contribua para manter um clima amistoso e colaborativo onde todos convivam bem. Horas extras, almoços e até mesmo caronas com o chefe ajuda a unir o útil ao agradável, pois além da conveniência surge também um tempo a mais para as discussões de trabalho.
É natural que as pessoas aproximem-se, mas o convívio frequente com diferentes personalidades submetidas a pressões diversas e interesses muitas vezes divergentes pode gerar mal entendidos. Principalmente quando a proximidade é com “quem dá as cartas”. Essa configuração pode comprometer o clima no trabalho e afetar de forma significativa o desempenho da equipe, colocando em risco os resultados.
Algumas vezes, um colega que era par é promovido e torna-se chefe. Esse é um caso clássico onde os envolvidos precisam rever comportamentos e ressignificar a relação antes compartilhada em outros moldes.
Em uma sessão de coaching executivo uma coachee de 38 anos há três meses promovida a líder de uma equipe de cinco pessoas desabafa: “Padeço muito mais pela dificuldade de adequação do modo como lidávamos em equipe do que pela sobrecarga de trabalho. Mesmo depois de muito conversar para esclarecer alguns pontos percebo ainda o  grande desconforto de alguns colegas por terem de solicitar minha aprovação. Preciso aprender a dar limite sem ferir suscetibilidades. Esse, hoje, é o meu maior desafio e acredito que o deles também.”
Há algo de errado visualizar no chefe um modelo de referência e querer compartilhar com ele suas demandas e expectativas? Não. Se essa relação oferece convergências e admiração, pode até mesmo agregar valor às trocas no ambiente de trabalho, desde que ambos tenham maturidade para compreender e respeitar os limites necessários, pois alguns colaboradores julgam a proximidade com o chefe como chancela.  É preciso haver cautela na comunicação e cuidado com o tom das brincadeiras para evitar exposições que prejudiquem o convívio com a equipe, que por sua vez, pode interpretar os excessos como bajulação e favorecimento.
Nos moldes das novas lideranças é cada vez mais comum o gestor aproximar-se da sua equipe pelo compromisso assumido com o desenvolvimento contínuo das pessoas. Aliás, é bem mais fácil desenvolvê-las quando há o entendimento de quem elas são e do que elas querem realizar. E como conhecê-las e entendê-las sem que haja proximidade?
A relação antes dita chefe-subordinado, hoje assume a configuração de líder-colaborador. O subordinado que era obrigado a obedecer ao chefe nos moldes “eu mando e você executa”, hoje, expõe suas ideias e opiniões e se necessário contra-argumenta com seu gestor. É uma relação de confiança e tanto líder como colaborador propõem-se ao desafio de aprender a dar e receber feedback no sentido de preservar os limites. Mas, na dúvida sobre a melhor maneira de agir não hesite em refletir bastante e discutir sobre o assunto antes de assumir uma posição.
A proximidade com o líder, chefe, gestor, seja qual for a convenção, pode existir e ser útil no propósito de facilitar o desempenho conjunto, desde que não comprometa o bom desempenho das funções, a entrega do resultado e a boa relação com o grupo, pois a linha é tênue e é imperativo que líder e liderado saibam portar-se nas suas funções, assumindo as devidas responsabilidades e cientes de que: chefe pode até ser amigo, mas acima tudo é chefe e deve prioritariamente agir como tal. Isso é fato.



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